Nativismo I (Episódio 2)

Por vinte e quatro anos, de 1630 a 1654, Pernambuco foi governado pelos holandeses. Mesmo com a expulsão destes, a população pernambucana, embora afeita ao sentimento nativista, não chegou ao consenso e organização que a pudesse levar a proclamar a independência. Nessa época não havia uma política de unidade como nação, mas apenas interesses regionais isolados. Portanto, optaram por voltar a ser colônia de Portugal.


Mas a província manteve maior empenho em estabelecer um regime de governo sem rei, “desligado da obediência a Portugal, o que pode identificar-se hoje como república.”¹ Na ocasião os pernambucanos mantiveram o laço e o consenso com o lusitanismo, mas dispensaram a dependência para com a Coroa portuguesa como faziam as demais províncias brasileiras, conforme o historiador Evaldo Cabral de Mello, mostra no livro A Outra Independência.


A herança das guerras travadas contra os Países Baixos, “por seus próprios meios”, deu a Pernambuco o espírito independente. Também esse povo passou a ter certeza de que era forte, “capaz de lutar contra qualquer potência aguerrida; que, sendo a Holanda República, havia também forma de governo sem rei.”²

Daí que a convivência com os holandeses despertou nos pernambucanos o desejo de um governo à maneira dos invasores. “Existia, portanto, um partido republicano em Pernambuco, ou mais justamente com tendências republicanas.”³ A maioria mantinha cautela ao falar sobre esse assunto. Porém a bravura e a rejeição às ordens da Coroa eram visíveis no contato com outros povos.

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