Conjuração mineira – 2ª Parte (Episódio 5)

Créditos: Jornal A Verdade

A colônia portuguesa na América do Sul também se beneficiaria dos estudos da ciência na grade pedagógica. Isso se deu logo após a administração do primeiro-ministro português Sebastião José de Carvalho, o marquês de Pombal, durante o reinado de D. José I (1750-1777).

Adotadas as teorias do Iluminismo nas instituições de ensino portuguesas, esse conhecimento foi repassado a gerações de estudantes. Esse período ficou conhecido no Brasil como a “coaptação do iluminismo pombalino”, que consistia em atrair jovens da elite brasileira para serem educados nas universidades europeias.
Esse fator deu-se devido à ascensão da economia mineradora que resultou num intenso processo de criação de centros urbanos na colônia acompanhada pela formação de camadas sociais intermediárias. As elites queriam que seus filhos concluíssem sua formação educacional nos principais centros universitários europeus. Pelo menos dois jovens recém-formados na Europa se tornaram inconfidentes mineiros. Outro, o paraibano Manuel Arruda da Câmara, seria identificado como iluminista radical.


Os universitários brasileiros sofreram grande influência do Iluminismo. Simão Pires Sardinha e um padre de nome José Luiz, ambos de Minas Gerais e assistentes em Lisboa, convidaram Arruda Câmara para suas casas. Nos encontros, discutiam o pensamento filosófico em vigor no continente europeu e o sistema republicano, em busca de construir os meios de implantá-lo no Brasil. Em 1787, o mineiro José Joaquim da Maia, o Vendek, estudante da Universidade de Montpellier, queria “ajuda dos Estados Unidos para fazer uma revolução no Brasil.”(6) Comunicou-se por escrito com Thomas Jefferson, iluminista e autor da Carta de Independência dos Estados Unidos, que exercia o cargo de embaixador em Paris. Jefferson atendeu o recado de Vendek, que identificou-se como brasileiro, mas sem revelar o nome.

Anotou ele: “minha desgraçada pátria geme escravizada, o que se torna cada dia mais insuportável, desde vossa independência.”(7) Vendek precisava conversar, mas cuidava que o encontro se desse num local distante dos informantes portugueses. O campus de Montpellier, onde estudava, era inseguro. “Resolvemos seguir o admirável exemplo que nos dão os americanos, romper as correntes e fazer reviver nossa liberdade, que hoje está morta,” arrematava a carta. (8)

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