Família Real no Brasil – (Episódio 10)

Fonte: Google / UOL

Em 21 de novembro de 1806 Napoleão Bonaparte entrou em Berlim e decretou o Bloqueio Continental. O principal alvo era a Inglaterra, que apadrinhava Portugal. Mandou recado ao governo português com uma série de exigências: declarar guerra à Inglaterra dentro de vinte dias; fechar os portos aos navios ingleses; incorporar seus navios à esquadra francesa; sequestrar os bens de todos os súditos ingleses presentes em território luso.


Portugal tinha duas opções: manter a aliança com a Inglaterra e ser invadido, ou atender Napoleão e perder o Brasil. O Príncipe Regente português era conhecido por suas indecisões, dificilmente agia sem antes ouvir o conselho do reino. D. Rodrigo de Souza Coutinho era conselheiro de prestígio na Corte. Foi quem mais lutou para pôr em prática a ideia de transferir a sede do governo lusitano para o Brasil. Secretamente D. João arranjou a esquadra portuguesa com quatorze navios e reuniu a nobreza e os altos funcionários.


A maioria dos que acompanharam a família real ao Brasil era de membros da nobreza, ou seja, ministros, militares, juízes, funcionários públicos, clero. Mas também veio gente do povo, comerciantes e suas famílias. Também embarcaram “médicos, bispos, padres, damas de companhia, camareiros, pajens, cozinheiros e cavalariços” (4) divididos nos vários navios. Uma corte completa com alfaias e mobiliário diverso, material de repartições públicas, arquivo, biblioteca, tipografia encaixotada, todos os valores públicos e privados.


Chegaram ao Brasil em dois grupos. Um atracou no Rio de Janeiro na manhã do dia 17 de janeiro trazendo as senhoras dona Maria Francisca Benedita, princesa do Brasil viúva, a infanta dona Mariana, as irmãs da majestade, a rainha D. Maria I e as infantas dona Isabel Maria e Maria Francisca, filhas de D. João e Carlota Joaquina. A primeira nau trazia muitas joias. Resolveram aguardar a chegada das outras naus e não desembarcar.


A Príncipe Real trazia D. João, chegou a Bahia no dia 21 onde o príncipe regente foi recebido pelo governador o conde da Ponte, João de Saldanha Gama, o arcebispo D. Frei José da Santa Escolástica e por todos os moradores da cidade, a primeira que os portugueses fundaram no Brasil e que foi durante muitos anos capital da América Portuguesa.


Os baianos trataram o D. João com muita pompa e usaram de vários argumentos para fazê-lo ficar. Mas o monarca estava decidido a morar no Rio de Janeiro, a cidade que seria a sede do reino. Ali as festas de recepção ao Príncipe duraram oito dias e ele ganhou a simpatia dos fluminenses, o que soou positivo para a Corte e aos portugueses recém-chegados ao Brasil. D. João e D. Maria I foram as primeiras majestades que as terras brasileiras vira.
Para alojamento da Família Real não houve muito problema: um português rico ofertou a Quinta da Boa Vista a D. João. Ali ficou sendo a residência Bragantina. Já o Paço dos Vice-reis, no centro da cidade, passou a ser o Paço das Audiências.

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